A Escola de Socioeducação do Maranhão (ESMA), da Fundação da Criança e do Adolescente (Funac), realizou o Diálogo Socioeducativo com o tema “Equidade de Gênero e Lideranças Femininas na Socioeducação”. Os diálogos realizados pela Fundação têm como objetivo, além da qualificação e aprendizado dos servidores, trazer temáticas importantes que também precisam ser debatidas no âmbito da socioeducação.
O evento que foi realizado pelo Canal da Socioeducação do Youtube contou com a participação de técnicos do sistema socioeducativo – meio fechado/aberto, sistema de justiça, sociedade em geral, além da participação dos profissionais do sistema socioeducativo do Maranhão e também de outros estados, como Pernambuco e Rio Grande do Sul. Os participantes tiverem certificados emitidos pela ESMA.
Para a diretora da ESMA, Priscilla Swaze, se faz necessário a realização dos processos reflexivos sobre as temáticas que incidem na sociedade e que também se manifestam em nosso campo de atuação, que ainda tem a presença de poucas mulheres.
“Nas últimas décadas, observamos a ascensão das mulheres no mercado de trabalho e a luta pelo protagonismo em funções de liderança, inclusive, realizamos debates sobre esses aspectos. E para este ano, propomos o diálogo sobre a equidade de gênero para refletir sobre o fato de que não basta estar inserida no posto de trabalho, é preciso que essa mulher tenha condições de desenvolver, considerando os múltiplos papéis que desempenha na sociedade, e que se construa relações mais dialógicas na comunidade socioeducativa. E nesse sentido, a liderança feminina tem muito a contribuir com um gerenciamento mais perceptível, acolhedor, que leva em conta as necessidades da equipe para o alcance das metas”, afirma Priscilla.
A professora da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Dra. Carla Serrão, pontua a importância do tema abordado. “A ideia do ser mulher foi constituída dentro de um conjunto de configurações históricas que relacionam o gênero a uma condição secundária. Liderar não é a ideia de um poder impositivo, liderar não é submeter a outra pessoa. No universo feminino, as mulheres lideram para o coletivo. É preciso rever os processos. Quando pensamos na possibilidade de equidade de gênero, é preciso pensar em lutas constantes que encantam uma causa, se apropriam e envolvem todas as mulheres”, comenta.
De acordo com a assistente social Ana Letícia, que também é diretora do Centro Socioeducativo de Internação de São José de Ribamar, a temática é muito oportuna, principalmente no século XXI. “A socioeducação é uma política muito ampla e cheia de desafios. Quando recebi o convite para assumir o Centro Socioeducativo em Ribamar comecei a refletir o papel da mulher nesses espaços, pois sei que ainda temos colegas com conceitos muito fechados. É preciso a aceitação que os homens sejam coordenados por uma mulher. Nós mulheres temos plenas condições de assumir qualquer espaço que seja”, declara.
A vice-diretora do Centro Socioeducativo de Internação Semear em Imperatriz, Mercês Abreu, pontuou o quão é importante ter mulheres nos espaços de liderança. “Nós mulheres vamos encontrar desafios e obstáculos ao assumir a liderança, pois em algumas situações temos a nossa atuação questionada. Passamos por nossa situação que muitas vezes é estrutural. Será que se nós não tivéssemos uma mulher na liderança da Funac será que teríamos tantas mulheres na socioeducação? Através do conhecimento que mudamos a nossa percepção de mundo e essa mudança de postura”, diz.
“Apesar do longo caminho a percorrer o cenário se mostra otimista. A geração atual vem questionando as nossas posições, os nossos espaços e onde a gente pode estar e que temos competência para isso. Quando nós temos mulheres nas empresas, os resultados são altamente promissores, o que aponta uma pesquisa do II estudo realizado pela ONU com mais de 70 mil empresas em mais de 13 países”, complementa Mercês.
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