O Maranhão passa a contar, agora, com profissionais especialistas em socioeducação. Em outubro, dez profissionais do sistema socioeducativo nos meios aberto e fechado foram certificados no Curso de Especialização em Políticas Públicas e Socioeducação, realizado pela Escola Nacional de Socioeducação – ENS, vinculada à Secretaria Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, em parceria com a Universidade de Brasília – UnB.
A iniciativa pioneira no país visou capacitar profissionais com formação especializada para atuar no sistema socioeducativo, sendo dez alunos por cada estado. Realizado de forma simultânea e articulada com os núcleos estaduais das Escolas de Socioeducação, o curso foi realizado na modalidade de ensino à distância, com orientação de professores de referência nas áreas de gestão de políticas públicas em socioeducação, justiça e direitos humanos, processo e o atendimento socioeducativo, e metodologias de pesquisa e intervenção.
No âmbito local, o curso teve o apoio da Universidade Federal do Maranhão, sendo representada pela professora mestre Carla Serrão, do departamento do Curso de Serviço Social, que integra o Núcleo Gestor da Escola de Socioeducação do Maranhão – ESMA.
Para a presidente da Fundação da Criança e do Adolescente – Funac, Elisângela Cardoso, que acompanhou a realização do curso, o projeto foi exitoso. “Com profissionais mais capacitados e conhecedores da realidade do atendimento socioeducativo, seja no meio fechado ou aberto, a execução será mais efetiva, com reflexos positivos no cumprimento da medida e no projeto de vida dos adolescentes”, avaliou. “Na oportunidade, agradeço também a articulação com a UFMA, que orientou e deu o suporte necessário para a realização do curso, assim como a Escola de Socioeducação do Estado”, destacou a gestora.
Lúcia Diniz, aluna da especialização e diretora técnica da Funac, afirma que o curso representou um olhar diferenciado sobre a área de atuação. “A socioeducação requer um atendimento articulado com uma série de políticas e durante o curso aprimoramos conhecimento, exploramos a realidade dos outros estados e incorporamos novos saberes, isso resultará numa atuação mais qualificada”, disse.
“O atendimento em meio aberto é um grande desafio e com a formação pude também captar o olhar do socioeducador e com eles ressignificar minha atuação com os socioeducandos. Fui desafiada a me refazer como profissional da socioeducação e isso foi muito positivo”, analisou a aluna Eliane Ferreira, que atua no meio aberto.
Pesquisas
Para finalizar o curso, os alunos foram divididos em dois grupos no intuito de realizar as pesquisas de campo e, a partir disso, a produção de artigos científicos, que foram apresentados via videoconferência.
Teresa Neumann, Greycianne Mendes, Henan Sobrinho, Thessia Baldez e Lúcia analisaram os desafios da intersetorialidade na política de educação para a medida de internação, tendo como recorte a região metropolitana de São Luís.
Por sua vez, a análise de experiências da Justiça e Práticas Restaurativas no atendimento socioeducativo foi o tema escolhido por Ângelo Santos, Eliane Ferreira, Jordânia Rocha, Lígia Ferreira e Welsa Guimarães. Os alunos trouxeram relatos de aplicação dessa metodologia nas unidades socioeducativas de internação da Funac e no meio aberto.
“Parabenizo os alunos que, mesmo diante da dinamicidade do nosso trabalho, concluíram suas pesquisas com êxito, nas quais foram apontadas luzes para aprimorar o atendimento socioeducativo no Estado”, festejou Elisângela.
Após a análise dessa experiência formativa pela Escola Nacional de Socioeducação, a expectativa é que futuramente mais profissionais possam ser contemplados com o curso de especialização. Em paralelo, a ENS e a ESMA já desenvolvem cursos de atualização nos níveis básico e técnico para os operadores do sistema socioeducativo.
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